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Turismo LGBT + : regionalizando para sobreviver

Turismo LGBT +
Clovis Casemiro, Coordenador da IGLTA no Brasil
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Para falar e escrever sobre turismo LGBT + durante a pandemia, o foco deve que ser local, sua região, seu país. As fronteiras estão quase todas fechadas, as que ainda estão abertas, encontram muitas dificuldades para motivar viagens.

Para nós, profissionais que trabalhamos na indústria do turismo, esse último ano foi de muito aprendizado. As várias e diferentes fases enfrentadas, as vacinas que não chegam para todos, guerras políticas em diferentes países e ainda muita falta de respeito à ciência, à vida humana e tudo que diz respeito aos direitos de seus cidadãos, tem sido uma lição e tanto. Um verdadeiro exercício de paciência e resiliência.

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Estar á frente de uma organização internacional aqui no Brasil nesse momento me proporcionou algumas vantagens. O trabalho faço cotidianamente com nossos membros da Associação Internacional de Turismo LGBTQ+ (IGLTA) em mais de 80 países, me ajudou a enxergar de maneira mais clara as diferentes formas com que cada região do mundo lida com tamanha incerteza.

No Brasil, notamos uma força incrível na pré-disposição dos turistas LGBT+ em viajar, algo bom, mas que, sem salvaguardar o limite ténue entre fazer turismo e aglomerar irresponsavelmente, pode ser um mal exemplo, como o que aconteceu no Rio de Janeiro durante o período do carnaval. Mas, o fato aqui é observar que o turista LGBT+ está atento às informações mundiais e aproveita as oportunidades que alguns destinos oferecem.

Regionalização do turismo LGBT +

Turismo LGBT +
Campanha do Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul com foco no turismo LGBT +

Não é mais segredo o que vem por aí. Quando observamos o trabalho feito pela IGLTA na incessante busca por dados precisos sobre o turismo LGBT+ para que seus membros estejam preparados para a demanda futura, fica fácil perceber que esse perfil de viajante tem sido também bem cauteloso na hora de escolher uma viagem.

Resultados de pesquisas recentes realizadas pela instituição apontam uma ligação muito forte em viagens com grupos bem menores, entre poucos amigos e/ou apenas a família viajando junta, tudo focado em garantir uma segurança maior para evitar o contágio.

Destinos de praias desertas e virgens, destinos de natureza como Pantanal, Patagônia, Atacama ou Amazônia, regiões de montanha, fazendas e safaris estão todos em alta entre nós turistas LGBT+.

E não é nenhuma coincidência que no Brasil duas maiores operadoras de turismo, a Visual Turismo (CVC Corp) e a Diversa Turismo, estão em busca de concretizar essas viagens aos clientes LGBT + das agências parceiras de todo o país.

Oferecendo produtos que combinam protocolos de turismo sustentável e seguro com destinos e  receptivos cada vez mais inclusivos, os resultados começaram a aparecer. Além disso, a atenção à demanda de viagens mais personalizadas ajudou essas empresas a caírem nas graças do viajante LGBT+, mantendo assim nosso atividade funcionando.

Turismo LGBT+ abrindo novos mercados

Mesmo durante a pandemia, com fronteiras fechadas em nosso continente e muito a se avançar com a vacinação contra a covid-19 na América Latina, duas empresas muito importantes na América do Sul, com muitos anos de experiência em receber diferentes turistas, entraram como membros da IGLTA. O objetivo é aprimorar o atendimento a esse público e também fazer parte dessa fatia do mercado.

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A Pure Travel! e a Condor Travel que estão representadas com escritórios em mais de cinco países possuem ofertas de tours tradicionais, mas estão se adequando às demandas e preferências do turista LGBT+.

E como no turismo a aviação é um dos mais importantes elementos, somos muito orgulhosos de dizer que as duas mais importantes empresas aéreas na América Latina são membros da IGLTA: GOL Airlines e LATAM Airlines.

A Gol avançou muito em diversidade corporativa, atuando diretamente com suas equipes, bem como direto com os seus clientes. São muitas inciativas internas e externas que demonstram suporte à comunidade LGBT+.

Já a LATAM, em breve trará mais informações sobre os seus projetos em diversidade. Algo que, mesmo que ainda sem sabermos se será grandioso ou tímido, é motivo de celebração. A companhia é a maior da América Latina, e um pequeno aceno em prol a causa LGBT+ pode gerar um grande efeito borboleta positivo na indústria do turismo.

A hoteleira também não ficou para trás. Grandes redes hoteleiras, hotéis independentes, pousadas e guest haouses, estão apoiando a causa LGBT+ de maneira nunca vista antes. Essa indústria nunca abriu tantas vagas direcionadas à população trans, assim como o fez a rede Accor com seu projeto #ACCORLGBTI.

Pensando em apoiar seus milhares de colaboradores, redes como Marriott, Belmond, Hilton, Hyatt, também levam esses conceito inclusivo para as suas organizações em todos os continentes, o que promete experiências em viagens inesquecíveis, inclusivas, seguras, seguindo os protocolos requeridos pelos órgão de saúde mundiais e locais.

Resiliência e esperança

Seguimos acreditando na atividade turística como ferramenta útil na queda de barreiras. Mas, para viajar, mesmo que seja para destinos mais isolados, é importante  cumprir corretamente os protocolos ao sair de sua casa. Procure também um agente de viagem que saiba o que está lhe oferecendo. Nossos membros da IGLTA estarão sempre prontos para atendê-los com os melhores produtos no mercado.

Quem recebe é preciso se atentar também. Em termos de mercado internacional, o avanço da vacinação nos Estados Unidos e Canadá, poderá trazer os turistas LGBT+ de volta em um espaço de tempo mais breve, mas para isso é preciso cumprir os protocolos de agora. Transmitir seriedade e compromisso com a saúde e bem-estar do seu hóspede com certeza contará muito mais do que antes.

Por: Clovis Casemiro

Clovis.casemiro@iglta.org

 

 

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