O escritor e poeta soteropolitano, Hugo Porto, apresenta seu segundo livro, “Amor, e eu com isso?”, em que a discussão de nossa sociedade é ampliada (ou reduzida?) a nós, com nossas individualidades (tão próprias?) que formam, na intersubjetividade, a coletividade contemporânea.
Em “Amor, e eu com isso?”, que chega para vendas em parceria exclusiva com o Regards em 10 de junho, Hugo Porto reúne, numa costura textual, alguns de seus poemas publicados no Instagram durante o período da pandemia, outros inéditos, e mensagens que sugerem ao leitor exercícios de racionalização e autoconhecimento, explorando a afetividade e a individualidade das pessoas, provocando e propondo perspectivas objetivas de compreensão da vida e das realidades possíveis, nos fluxos das relações humanas. Assim, ele poetiza para racionalizar.
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Nesta edição especial, com 330 exemplares impressos e apenas 120 disponíveis para a venda, há três capas possíveis, duras, com três opções de cores diferentes e, em cada uma, duas cores diametralmente opostas que ilustram a leitura. Tem-se, aqui, a metáfora de valorização do leitor, através do empoderamento do seu direito de escolha da aparência do livro, como melhor lhe convier, em redução das escolhas ditadas pelo autor.
“Mais de uma capa, vários prefácios. Eu não fiz um livro para mim. Embora, com certeza, o tenha feito através de mim. Eu não seria bobo de perder a oportunidade de crescer. Crescer me lendo através de outros olhos. Crescer lendo outras visões, provenientes destes outros olhos. Crescer consciente de que minha escrita morre em mim. Nisto, cada leitor construirá a sua visão. Daí, assim, nada mais justo do que permitir que cada um escolha a capa que mais lhe agrade”.
Neto do escritor, poeta e membro da Academia Rio-Grandense de Letras, João Justiniano da Fonseca, Hugo Porto incita uma provocação ao leitor, propondo a reflexão, em sua introdução, sobre a consideração social de utilização de gênero neutro nos signos textuais. A sugestão é que deixemos de enquadrar o coletivo como sendo masculino, assim, refletindo uma ética social mais diversa,como vetor da coletividade que acredita mais coerente. Embora não escreva no gênero neutro, ele pondera:
“pensar no gênero masculino como coletivo, em detrimento e diminuição do feminino, ou do que exista por entre este espectro de subjetividade, que vai de um polo ao outro, é manter sustentada a opressão que diminui o que não seja masculino. O que proponho é que pensemos na ressignificação das referências coletivas como sendo masculinas”, explica. Todavia, o autor considera que toda mudança social precisa ser tomada coletivamente: “nós não estamos preparados, ainda, mesmo eu, pra isso. O que poderia ser um desserviço à obra, “tanto porque eu poderia errar, e acabar deixando o texto uma bagunça, como porque poderia haver ruído na comunicação (a leitura do leitor). Livro não é só o que o autor escreve, aliás, a escrita é virtual. A leitura, sim, é concreta.”
Todo o livro foi minuciosamente projetado, desde a construção da narrativa ampla, o processo de escolha dos poemas, a disposição dos capítulos e tópicos em que se desenrolam a obra, passando pelo projeto gráfico e imagético – que pode trazer certa estranheza, porém, tudo ali tem um significado, seja na página toda preta ou nas que estão em branco, nos signos utilizados e na formatação e linguagem bastante conectadas à contemporaneidade, à internet. A internet é o meio em que se desenvolvem as experiências sociais e literárias do autor, inclusive, a ideia do próprio livro – uma existência subjetiva, tal como o texto.
A pluralidade é reforçada nos prefácios: sete, de personalidades distintas, mas com algo em comum. Na obra estão homenageados e representados com suas respectivas hashtags, através dos “vazios aleatórios” (páginas em branco) que, no entanto, são parte da narrativa da obra: “Um livro aberto”.
Luna Leite – mulher trans, bacharel em Direito pelo Centro Universitário de Brasília, assessora jurídica do Tribunal Superior do Trabalho,– reforça: “Autorizar narrativas subjetivas dissidentes é um trabalho político e de amor. Hugo nos provoca a ressignificar e sempre duvidar dos nossos sentidos, conceitos, para poder avançar.” Diretor presidente do Instituto Innovare, Sérgio Rabello Tamm Renault se refere a Hugo Porto como um poeta 24h: “Isso mesmo, são poemas de amor. Sem pieguice. O verdadeiro amor pelas palavras, pelas pessoas, pelos valores, pela vida…”.
“Um livro escrito em 30 dias em mim levou um tempo maior para ser lido, um tempo meu, para ser degustado, usufruído, porção por porção, com o tempo de cada mastigação, de cada sabor, do reconhecimento dos temperos…”, é como a psicóloga Danielle Nunes vê a obra.
Licenciado em Letras Vernáculas e Mestrado em Língua e Cultura pela UFBA, é professor substituto de literatura do IFBA, Mauricio Souza Neto, resume: “O que se descortina diante de seus olhos é o resultado da caça do jovem poeta Hugo Porto. Às vezes com lança afiada, abate certeiro; às vezes lança cega, nossa morte lenta e agonizante. O poeta nos apresenta um banquete. Diferente de Platão que só chega no final, ele caça, tempera, cozinha e serve. Entrada, prato principal, sobremesa e drinks”.
Piti Canella, produtora executiva, consultora e palestrante na área de cultura conta: “Hoje me peguei respondendo a Hugo como se ele estivesse me ouvindo ali atrás do papel, virei a página e não o encontrei. Era o último capítulo e acabou, e então voltei ao primeiro capítulo e fui responder a uma pergunta lá do início que achei boba, mas agora eu entendi”.
Com Graduação em Letras Vernáculas, Mestrado em Letras e Linguística e Doutorado em Literatura e Cultura pela UFBA, Priscylla Alves Campos, em seu prefácio (que é também a sinopse do livro), “É mais que uma escolha estética: é uma forma que ele encontra de conduzir o leitor a saídas – possíveis – sobre si mesmo, e o questionar posições fixas e dicotômicas”.
Walter Barretto Jr., arquiteto e urbanista pela UFBA e Mestre em Desenvolvimento Regional e Urbano pela UNIFACS, completa: “Ser amigo de Hugo é um privilégio. No caminhar da leitura deste livro é o que vai te dar vontade!”.
“Quero fazer as pessoas pararem e olharem atenciosamente para si, prestarem atenção num discurso racional e afetivo, assim, positivo e de concretização de uma visão mais benéfica delas mesmas”, arremata o autor, sobre as muitas questões existenciais trabalhadas de forma amorosa em sua nova publicação. Sempre, questões dirigidas às conclusões próprias de cada possível leitores. Isso é respeito, afirma o escritor.
A Regards é uma loja especializada em cultura pop, ligada ao Portal Popline. Após breve experiência literária, parte para ampliação de seu mix de vendas, com o seu primeiro produto fora da música e fixo no catálogo, justamente com o livro “Amor, e eu com isso?”, numa parceria de exclusividade com o autor.
“Nós temos um público fiel de colecionadores de discos musicais e nossa parceria com Hugo Porto surge após observamos um interesse especial do nosso público por obras literárias que dialogam com o universo pop. Acreditamos que o país vive um momento especialmente delicado e, por isso mesmo, estamos muito felizes em fomentar outras formas de produção cultural no Brasil” declara Tiago Miranda, Sócio-diretor da Regards.