Por Cleber França
Num cenário em que a arte drag ganha cada vez mais espaço, visibilidade e respeito, é impossível falar da cena do Vale do Paraíba sem mencionar um dos nomes mais icônicos e influentes da região: Morgana Loren. Muito mais do que uma artista performática, Morgana é um verdadeiro símbolo de resistência, generosidade e talento — sendo reconhecida pela comunidade como a madrinha da arte drag no Vale.

Com presença marcante, figurinos exuberantes e um carisma que domina qualquer palco, Morgana Loren foi uma das responsáveis por abrir caminhos, levantar cortinas e segurar a mão de quem vinha depois. Ao lado de outras artistas fundamentais, ela ajudou a construir um espaço seguro, criativo e potente para que a cena drag florescesse na região — mesmo em tempos e lugares onde ser quem se é era, muitas vezes, um ato de coragem.

Mais do que shows e performances, Morgana representa acolhimento e representatividade. Em muitos casos, foi ela quem incentivou, orientou e inspirou novas queens, oferecendo suporte técnico, emocional e artístico. Seu legado ultrapassa o palco: ela é referência, é história viva e é presença constante nos bastidores da evolução drag no interior de São Paulo.

Com décadas de dedicação à arte, Morgana Loren continua sendo um nome indispensável em eventos, festivais e celebrações LGBTQIA+, mantendo a chama acesa da cultura queer em movimento. Para quem vê de fora, ela é um espetáculo. Para quem vive a cena de perto, ela é pilar, família, raiz.

Celebrar Morgana Loren é reconhecer a importância de quem lutou — e continua lutando — para que a arte drag seja o que é hoje no Vale do Paraíba: forte, plural, orgulhosa e cada vez mais visível.