O filme com temática LGBTQIA+ mais premiado desse ano, o pernambucano INABITÁVEL, selecionado para 18 festivais e vencedor de 10 prêmios, foi o único brasileiro da categoria selecionado para o Festival de Sundance. Ele é protagonizado pela Luciana Souza (de “Bacurau”), dirigido pela dupla pernambucana Matheus Farias e Enock Carvalho. O filme aborda o racismo e a violência contra a população LGBTQIA+.
O curta-metragem, dirigido por Matheus Farias & Enock Carvalho, foi selecionado para a Mostra Competitiva do Festival de Sundance, que acontece de 28 de janeiro a 03 de fevereiro de 2021, em formato presencial e online.
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Trata-se do único curta-metragem representando o Brasil em Sundance. Exibido em 18 festivais no segundo semestre de 2020, incluindo o 48º Festival Gramado – onde conquistou os troféus de
O filme é protagonizado pela baiana Luciana Souza (“Bacurau”, “Ó Paí Ó”, “Flores Raras”), que além de Gramado, foi premiada no Festival Mix Brasil. O elenco conta também com as atrizes pernambucanas Sophia William, Erlene Melo, Laís Vieira, Eduarda Lemos; e os atores Val Júnior e Carlos Eduardo Ferraz.
O curta narra a história de Marilene (Luciana), que procura por sua filha desaparecida depois de não retornar de uma festa. Por meio de uma narrativa fantástica, linguagem bem conhecida pelos diretores de “Caranguejo Rei”, Enock e Matheus retratam de forma poética a violência rotineira do país que mais mata a população LGBTQIA+.
“Estamos muito felizes com o fato de o filme estar na seleção oficial do Festival de Sundance porque isso significa que muitas pessoas descobrirão ‘Inabitável’ a partir de agora. Isso gera uma nova onda de pensamentos em torno do filme, novos debates e críticas. Sundance é uma maravilhosa vitrine para o cinema mundial e o filme toca em questões sobre o Brasil que são muito importantes “, afirma Enock Carvalho, roteirista e diretor do filme.
“A exibição do filme em festivais online permite que mais pessoas, inclusive as que não frequentam habitualmente os festivais de cinema, consigam assisti-lo. Desde a estreia em agosto, ‘Inabitável’ tem participado de vários festivais brasileiros e internacionais e já soma 10 prêmios. Estamos muito felizes com essa trajetória e é muito importante pra gente que ele continue circulando, sendo assistido e discutido. Diante de tudo o que vem acontecendo no Brasil nos últimos tempos é incrível perceber como ele reverbera de forma única através de cada exibição“, completa Matheus, que além de roteirizar e dirigir o filme, também montou o curta ao longo de quatro meses.
A estreia mundial de “Inabitável” aconteceu na Mostra Competitiva do 31º Festival de Curtas-metragens de São Paulo. Em setembro, foi exibido na competição de Curtas-Metragens Brasileiros do 48º Festival de Cinema de Gramado e, em outubro, na Mostra Olhares Brasil do 9º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Cinema de Curitiba. Também foi selecionado para a competição do 30º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema e do 53º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, ambos em dezembro.
“Inabitável” teve a participação de aproximadamente 40 pessoas na equipe, entre profissionais pernambucanos e de outros estados. O filme tem produção executiva de Vanessa Barbosa, direção de produção de Amanda Guimarães, figurino e caracterização de Libra, direção de fotografia de Gustavo Pessoa, produção de elenco de Felipe André Silva e trilha sonora de Nicolau Domingues.
O curta foi filmado em dezembro de 2019 e finalizado ao longo do primeiro semestre de 2020. É incentivado pelo Funcultura Audiovisual, através da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE), e do Governo do Estado de Pernambuco.
Há três anos, os diretores Matheus Farias e Enock Carvalho desenvolvem o roteiro do primeiro longa-metragem assinado por eles. O projeto já participou do Laboratório Novas Histórias, iniciativa do Sesc e Senac São Paulo voltada para o desenvolvimento de roteiros e o aperfeiçoamento do ofício de roteirista no cinema nacional. O filme flerta com o cinema de gênero e se aprofunda na crise que o Brasil vive hoje, costurando passado, presente e futuro.