Cleber França
O Festival Caixa Preta chega à sua 5ª edição reafirmando seu compromisso com a valorização da arte negra e a democratização da dança no Brasil. Idealizado e realizado pelo artista e produtor cultural Felipe Julio, o festival acontece nos dias 17 e 18 de maio, com uma programação diversa e inovadora nas cidades de São Caetano do Sul, no ABC Paulista.
Nascido em 2021 com o objetivo de criar um espaço de respeito, afeto e trocas genuínas no campo da dança, o evento agora renasce com um novo nome – Festival Caixa Preta – e com uma proposta ainda mais potente: mapear, dar visibilidade e fortalecer a produção artística negra em dança no Brasil.
A escolha do nome “Caixa Preta” carrega uma carga simbólica profunda: representa resistência, existência e a valorização da cultura negra enquanto potência criativa e política. Mais do que um festival, a iniciativa se consolida como uma plataforma de difusão, articulação e protagonismo de artistas negros, promovendo novas narrativas e rompendo barreiras estruturais ainda presentes nos espaços artísticos.
PROGRAMAÇÃO
- 17 de maio (sábado) – O maior palco do ABC, o Teatro Paulo Machado de Carvalho, em São Caetano do Sul, recebe a programação principal do festival, das 15h às 21h. Com apresentações em palco tradicional e também ao ar livre, o público poderá assistir a trabalhos de bailarinos, coreógrafos, diretores e escolas de dança de diferentes regiões, com destaque para produções negras e corpos plurais. Ao final do dia, acontecem as premiações — em grande número, valorizando a diversidade de linguagens e trajetórias artísticas.
- 18 de maio (domingo) – A Gala a Céu Aberto será realizada no Espaço Verde Chico Mendes, também em São Caetano do Sul, reforçando a proposta de democratizar o acesso à arte e ocupar o espaço público com dança. Um convite à cidade e à comunidade para celebrar a arte em contato direto com a natureza.
INEDITISMO E INCLUSÃO
O Festival Caixa Preta é o primeiro festival de dança brasileiro com produção assinada por um artista negro e que propõe uma banca de jurados inteiramente negra, algo inédito no cenário nacional. Além disso, o evento reafirma seu compromisso com a inclusão de corpos dissidentes, com atenção especial a artistas LGBT+, promovendo um ambiente acolhedor, respeitoso e plural.
A curadoria cuidadosa e a proposta de uma avaliação mais humana — com reuniões prévias entre jurados e participantes — torna o festival uma referência em sensibilidade artística e respeito aos processos criativos.
UM CONVITE ABERTO A TODES
Mesmo quem não participa como artista pode e deve fazer parte dessa experiência. Assista, vibre, sinta. Vá ao teatro no sábado ou ao parque no domingo e deixe-se tocar por apresentações emocionantes, repletas de potência, ancestralidade, diversidade e beleza.
Festival Caixa Preta – onde a dança é instrumento de transformação, identidade e afeto.
