O Ministério da Defesa do Reino Unido anunciou que vai devolver as condecorações a militares dispensados por serem homossexuais. Esse tipo de prática ocorreu nas forças armadas daquele país até o ano 2000. O anúncio foi feito na tarde da última terça-feira, 16 de fevereiro.
Um breve estudo revela que aproximadamente 250 militares eram expulsos e perdiam suas medalhas todos os anos por serem LGBT.
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Através de um comunicado oficial, o Ministério da Defesa disse que as dispensas e condenações são “erros históricos” e está estudando formas de “examinar e compreender o amplo impacto das práticas anteriores ao ano 2000”.
A devolução das medalhas valerá para os que foram expulsos para os que se auto declararam LGBT e também para os que foram expulsos após condenação por “ comportamento homossexual”.
Casos como o do militar Joe Ousalice (70), que entrou na Justiça para recuperar a medalha perdida em 1993, quando pessoas LGBT foram proibidas de servir nas Forças Armadas ajudaram na decisão.
Bissexual, o militar lutou na Irlanda do Norte, na guerra das Malvinas em 1982, quando a Argentina e Reino Unido disputaram a ilha no atlântico sul. além disso, Joe também serviu durante vários conflitos no Oriente Médio, recebendo uma condecoração em 1991 por Longo Serviço e Boa Conduta.
Apesar de sua carreira impecável, em 1992 ele foi preso por “indecência grave”. Em 2019, quando iniciou o processo contra o Ministério da Defesa, ele contou em entrevista a rede de TV BBC: “Um cara veio com uma tesoura e disse ‘desculpe, amigo, eu preciso da sua medalha’ e apenas cortou a medalha de mim”.
Depois da condenação, o militar afirma ter tido diversos problemas como perdas financeiras causadas por redução da aposentadoria e dificuldades de se recolocar no mercado de trabalho.
O processo foi finalizado em 2020 com a vitória do militar. Além de conseguir sua medalha de volta, Ousalice obteve também uma retratação oficial do governo britânico. Além da conquista, o processo de Ousalice desencadeou uma onda de revisões de todos os outros casos.