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Faça um roteiro LGBT em Chicago e se encante por essa cidade linda e vibrante

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Sabe aquela felicidade de um sorriso discreto em um momento especial? Essa é a cara das pessoas  que fazem um roteiro LGBT em Chicago durante o verão. É como se todo mundo estivesse em estado de paixão explícita por tanta luz, o rio azul, as pontes, o pôr do sol, a convivência ao ar livre. E é contagiante. Dá vontade de andar, andar e andar. Ainda mais por ruas planas, limpas e seguras.

A Magnificent Mile pode ser adotada como ponto de partida. É um trecho de aproximadamente dois quilômetros na Avenida Michigan que vai da ponte sobre o rio Chicago, no hotel LondonHouse Chicago, até a Oak Street Beach.  É lá que estão as lojas, hotéis e restaurantes sofisticados e algumas das atrações turísticas mais conhecidas.

Entre elas, o edifício John Hancock Center, onde fica o imperdível mirante 360 Chicago. Nos dias de boa visibilidade você vai duvidar que esteja longe do mar. A imensidão do Lago Michigan parece realmente o oceano. Se quiser ter a real noção dos 300 metros de altura do mirante, a atração Tilt!, dentro do 360 Chicago, é uma parede de vidro que inclina sobre a Magnificent Mile.  Provavelmente você vai passar por esse trecho mais de uma vez durante a sua viagem e descobrir uma novidade em cada uma delas.

Chicago é uma cidade grande, com quase três milhões de pessoas. Apesar de ter voo direto de São Paulo para lá, é uma viagem para pelo menos uma semana. No verão, dá para passar – facilmente – um mês.

Do começo da Magnificent Mile na ponte sobre o rio Chicago, dá para acessar a Riverwalk, uma plataforma para caminhar à beira do rio que, na estação mais quente do ano, fica cheia de gente passeando ou se exercitando. Ao longo do caminho há cervejaria, casa de vinho e locais para sentar que juntam gente linda para ver o pôr do sol.

Arquitetura

 

As pontes do rio Chicago deram à cidade o título de Veneza dos Estados Unidos e é passando por elas que se observa a riquíssima arquitetura da cidade. No século 19, Chicago era um dos grandes polos de comércio de madeira do mundo e, por isso, as construções da cidade eram quase todas desse material.

Em 1871, uma temporada de verão extremamente seca propiciou um incêndio que, apesar de ter começado no lado sul, tomou toda a cidade. O episódio ficou conhecido como Chicago Fire e foi um marco para a reconstrução da cidade. A partir dele que a arquitetura ganhou arranha-céus e torres emblemáticas no mundo inteiro. Algumas delas têm documentários próprios de sua construção pela sua magnitude.

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Passeio pelo First Lady Cruises

Um dos passeios de barco disponíveis é justamente o que apresenta os edifícios ao longo do rio Chicago, realizado pela Chicago Architeture Foundation (CAF) a bordo do First Lady Cruises. É superinteressante porque conta a história de cada edifício.  Dá para comprar ingresso na hora, no próprio local de partida na Avenida Michigan e Wacker Drive.

É bom saber que o tour é um pouco longo – cerca de uma hora e meia – e o barco não tem cobertura, justamente para que seja possível contemplar os edifícios. No verão o sol castiga bem. Mas a empresa oferece serviço de bordo, então dá para tomar uma cerveja bem gelada ou um drinque para compensar. Dá para fazer o mesmo programa a pé. Pode escolher.

A Magnificent Mile fica a 1,5 km da atração mais famosa da cidade, a obra Cloud Gate, da artista Anish Kapoor, conhecida como The Bean (feijão). Ela fica no Milleniunm Park, um dos parques do conjunto Grant Park. Mais que fazer poses para fotos diferentonas, observar as pessoas buscando o melhor ângulo já é uma diversão.

Roteiro LGBT em Chicago

A cerca de seis quilômetros da Magnificent Mile, fica o bairro de Boystown, uma das maiores comunidades de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros nos Estados Unidos. Tudo se desenvolve em torno do Center on Halsted, uma organização dedicada ao avanço da comunidade e à proteção da saúde e do bem-estar. Mais de mil pessoas da comunidade visitam o centro todos os dias para atividades variadas, desde esportes, meditação, discussões e uma série de eventos.

A Rua Halsted é endereço para a Legacy Walk, uma exposição pública, ao ar livre, que celebra as contribuições de personalidades LGBT para a história e cultura mundiais. Dá para fazer a caminhada por conta própria, mas também é possível agendar com antecedência uma visita guiada pelo The Legacy Project, contando a história de cada personagem da vida real.

Mas vamos à festa. A região tem energia própria e vida noturna animada o ano inteiro. Desde teatro e shows, até a balada forte na Sidetrack. E vários restaurantes no melhor espírito gayfriendly.

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Chicago no verão já é uma festa, mas em Boystown ele ferve mais. É quando ocorre o Market Days Chicago, o maior festival de rua da região. São dois dias e cerca de 200 mil pessoas em um evento com música ao vivo, arte, cultura LGBT, comida, bebida e dança.  É demais.

Todo mundo com espírito alegre, alto astral, muita fantasia e diversão em plena rua. E tem de tudo. A festa acontece em seis quarteirões da Rua Halsted, um deles onde está a Sidetrack, que durante o Market Days fica permanentemente aberta. Programe-se. A próxima acontece em 10 e 11 de agosto de 2019.

Passeio de um dia

A 45 minutos do centro de Chicago está Oak Park, uma vila arborizada e charmosa que, entre outras coisas, foi uma das primeiras a reconhecer a união estável entre casais homoafetivos e a promulgar leis não-discriminatórias nas áreas de habitação e empregos. Oak Park tem orgulho de ser uma comunidade diversa e inclusiva, que acolhe todas as pessoas. Sua história se funde com a de Frank Lloyd Wright, o arquiteto que lançou o estilo Prairie.

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A vila reúne o maior número de casas residenciais desenhadas por Wright, incluindo a casa em que ele morou e onde testou várias de suas ideias que hoje é aberta à visitação. Esse tour é uma delícia. Os guias são pessoas aposentadas, moradoras da região que fazem parte do Frank Lloyd Wright Trust, uma entidade sem fins lucrativos que preserva a história do arquiteto e de suas criações.

Eles contam as histórias do célebre vizinho e também das pessoas que habitaram as casas construídas pelo arquiteto ou que estiveram próximas dele durante a sua vida.  O bairro é arborizado e com um estilo único. Vale a visita para ver algo diferente e típico de Illinois.

Pausa para almoço… E cerveja

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Senta que lá vem mais história. Como tudo no bairro, a Oak Park Brewing Company é a primeira cervejaria da região desde a lei seca que havia se instalado em 1872 e permaneceu por 100 anos. A cerveja é produzida no local a partir de práticas sustentáveis. Dá para sentar no balcão e tomar uma cerveja ou dar dois passos à esquerda e… Você será bem-vindo ao Hamburger Mary’s Show Lounge, local que não vive só de hambúrgueres suculentos.

Shows com ótimas drag queens no “Jantar com as Divas” são uma diversão à parte. Mas cuidado com o bolso! Tudo é motivo para pedir uma gorjeta – que, aliás, vale muito a pena pagar.  O local tem outras atrações, então é indicado checar a programação.

Depois do almoço a sugestão é um programa mais suave, como uma visita ao Unity Temple de Frank Lloyd Wright. Encomendado pela congregação da Oak Park Unity Church em 1905, esse é o maior edifício público do arquiteto. A família de Wright era unitarista e, quando essa igreja foi incendiada, em junho de 1905, Wright recebeu a missão de projetar um edifício que incorporasse os princípios de “unidade, verdade, beleza, simplicidade, liberdade e razão”.

Para turista, mas tem que ir

Kingston Mines, o maior e mais antigo clube de Blues em atividade contínua em Chicago é uma das memórias vivas da cidade. A cidade já não tem mais os ares dos gangsteres e, talvez, o ritmo não seja a música mais popular no local, mas ir ao Kingston Mines é reviver outro tempo com felicidade. Da decoração aos músicos, tudo é vintage e deliciosamente divertido.

Até entre os frequentadores mais assíduos dá para encontrar os trajes do século passado. Você pode, ainda, ser recepcionado pela família Pellegrino que é a dona do lugar.  Bom para ir sozinho, em casal, fazer amigos, dançar, beber, comer uma suculenta comida típica do sul dos Estados Unidos e ouvir uma excelente música ao vivo.  Só vá.

Para comer

 Big Jones

Apesar de ter ótimos almoços e jantares, os moradores locais esperam pelo brunch de domingo do Big Jones. É uma explosão gastronômica que o proprietário e chef Paul Fehribach prepara com a experiência de sua vida no sul do país. Desde embutidos até pães e bebidas, tudo é preparado no local com práticas sustentáveis. Fica em Andersonville, um bairro que teve seu crescimento associado ao empreendedorismo LGBT.

Fulton Market Kitchen

Alex Morales e Daniel Alons criaram o Fulton Market Kitchen como um lugar para fazer as pessoas felizes. E eles conseguiram – boa comida, boa bebida e arte por todos os lados.  Inspirado pela Nova York dos anos 1980 e pelas paredes de Wynwood em Miami, o Fulton Market Kitchen oferece pratos rústicos e, ao mesmo tempo, refinados do chef Chris Curren com ingredientes das fazendas da região, de mercados locais e dos vizinhos ao longo da Fulton Market Street.

O cardápio é enorme e não muda tanto ao longo do ano, mas constantemente os ingredientes sazonais são acrescentados à experiência. Não deixe de consultar o que há de especial do dia. A entradinha de vegetais com hommus é tão linda que dá vontade de repetir. Para o prato principal, o Dry-aged strip steak – um bife de tiras defumado com um molho de trufas – é a estrela da casa.

Mas não tenha pressa em fazer o pedido. Os coquetéis da casa também merecem atenção pelos ingredientes frescos, não tão comuns em drinques nos Estados Unidos. E a lista de bebidas disponíveis também é uma loucura.  Das mais tradicionais às edições limitadas e raras.  Não é permitido pensar em conversão de moedas nessa hora.

Labriola

Não se pode ir a Chicago e deixar de comer a Deep Dish Pizza! Tem em vários lugares, mas a do Labriola que fica na Avenida New Michigan, é especial. É enorme e não vende pedaços. Então, a dica é levar os amigos!

Marisol

Dentro do descoladíssimo Museu de Arte Contemporânea de Chicago está o Marisol, um restaurante para ver e ser visto na capital de Illinois. Aberto para o hall, ele oferece a experiência de almoçar, jantar ou apenas tomar um café em um ambiente de arte.  O cardápio, assinado pelo chef Jason Hammel, tem nos peixes uma ótima escolha.

Dicas

Para reconhecer a cidade, vale a pena um passeio no BigBus Chicago.  É um ônibus circular em que você pode embarcar e desembarcar quantas vezes quiser durante um, dois ou três dias – de acordo com o ingresso que comprar. Para o transporte público regular, há o cartão Ventra de três dias que é uma forma sem contato e conveniente para pagar. Outra oportunidade é o Chicago CityPass para ter desconto e acesso VIP às atrações.  Ele é válido por nove dias a partir do primeiro dia de uso.

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LondonHouse Chicago

Talvez a palavra diversidade nunca tenha tido tantos significados quanto no LondonHouse Chicago, um hotel que não cabe em um só adjetivo. Tanto faz como você se veste, qual é a sua cena ou o seu programa de preferência, esse hotel vai te acolher.  Primeiro porque ele é enorme – são 452 quartos, a maior parte com vista para o Chicago River. Fica em frente à Trump Tower, bem no começo da Magnificent and Cultural Mile e, mesmo assim, você consegue ter tranquilidade e silêncio de uma cidade do interior.

Se a sua praia é ferver, você tem a opção de nem sair do hotel. O LondonHouse Chicago tem um dos rooftops mais disputados da cidade – no verão tem filas enormes no andar térreo, todas as noites de verão.  E dá-lhe gente bonita.

Mas vamos começar pelo térreo. O Land & Lake Kitchen é um restaurante que funciona o dia inteiro com vários tipos de refeições, incluindo um Mimosa Brunch, que sai por US$ 30.  Ele funciona como o café da manhã do hotel que é opcional, ou também como um lugar para uns drinques à tarde, em frente à calçada. Um charme! Não se empolgue nos pedidos. Os pratos são enormes.

No segundo andar ficar a recepção e outro espaço de café muito descolado, o Bridges. Ótimo para ver a rua e as pontes nos dias de inverno. Para os que não abrem mão da atividade física, há uma academia muito bem equipada no quarto andar, junto com o spa. Os equipamentos são da TechoGym, top do mercado. Os quartos estão distribuídos até o 20º andar e, depois dali, são três andares de restaurantes, bares e baladinhas.

No LH on 21 há um American Bar indoor para os dias mais frios. Tem também uma sala privada que funciona como restaurante. Precisa ser agendado e vale a pena. Da entrada à sobremesa, os pratos são surpreendentes tanto no sabor, quanto na montagem. A cozinha de todos os restaurantes fica ao cargo do chef Jacob Verstegen que, entre outros lugares, trabalhou no D.O.M, de Alex Atala, em São Paulo. Em 2017, Verstegen foi nomeado um dos “30 under 30” no segmento de hotelaria.

O LH on 22 é onde o espetáculo acontece. Em um espaço ao ar livre se tem uma das melhores vistas de Chicago – do Rio, do Lago e da Magnificent and Cultural Mile. Sempre com música e animação de festinha que vai até meia noite. Um ótimo esquenta.

LH Rooftop Chicago

Quem vai direto para o descanso irá encontrar uma cama muito confortável, em um quarto espaçoso, com muitos espelhos. Como foi reformado recentemente, os banheiros são contemporâneos, mas mantêm o tamanho do prédio original do século passado.  As amenities e os roupões disponíveis para uso são bastante diferenciados. Não se preocupe em levar xampu ou condicionador. Os de lá te deixam muito bem. E isso vale para os apartamentos mais baratos também.

Se você ainda quiser sair do hotel, vai estar muito bem localizado. A uma curta distância a pé de vários pontos turísticos, shoppings, lojas, estações de trem, ainda está do ladinho do rio Chicago que tem uma orla deliciosa para caminhar, tomar uma cerveja artesanal ou um vinho. É um privilégio!

diego

Escrito por diego