Uma das executivas mais bem pagas do setor de comunicação na Europa é uma brasileira transgênero. A baiana Valentina Saluz, natural de Salvador, vive na Europa desde 2018 e atualmente é contratada da agência internacional de relações públicas Nexxt, que tem em sua lista de clientes personalidades como Maite Perroni, Austin Mahone, Kat Graham e Georgina Rodriguez, esposa do jogador Cristiano Ronaldo.
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A especialista em negócios de comunicação se formou em moda no Istituto di Moda Treviso na Itália e recebeu em 2020 cerca de EUR150.000 (Cento e cinquenta mil euros) em ganhos entre salários, comissões por intermediação de campanhas e contratos de patrocínio, já que além do cargo na Nexxt, Valentina se dedica também a trabalhos como figura pública.
A executiva é responsável por negociar contratos e captar investimentos para projetos como campanhas, capas de revistas, eventos, filmes e conteúdos para internet em transações que podem chegar a milhões de dólares:
”Quando falamos de um trabalho que envolve celebridades mundialmente conhecidas e marcas poderosas, os contratos podem valer milhões de dólares. Investimos muito na imagem de nossos clientes para que possam aumentar seus valores de mercado e negociarmos contratos generosos” revela Valentina, que tem em seu currículo negociações com marcas como Dolce & Gabbana e Louis Vuitton.
Atualmente, Valentina está passando uma breve temporada em São Paulo para um procedimento cirúrgico conhecido como ”Cirurgia de feminização facial” no Centro de Feminização Facial Team. Mas, antes de se tornar uma das executivas mais bem pagas da comunicação europeia, Valentina começou a trabalhar aos 18 anos em um cruzeiro internacional, antes de sua transição:
”Em um desses cruzeiros eu comecei a trabalhar nos bastidores de um desfile de moda, foi meu primeiro contato com esse mundo até que fui contratada como Scouter por uma agência na Itália, onde pude estudar moda e aprender italiano. Como falo 05 idiomas, me destaquei no mercado transformando carreiras de muitos modelos e negociando grandes contratos. Isso foi fundamental para que eu pudesse investir em mim. Me sinto muito privilegiada, pois poucas tem essa oportunidade” diz a executiva, se referindo a comunidade de pessoas transgênero que tem difícil acesso ao mercado de trabalho.
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