O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) no Brasil recebeu na semana passada (14), em Belo Horizonte, o Prêmio de Direitos Humanos e Cidadania LGBT de 2016 do Centro de Luta Pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais — também conhecido como Grupo Cellos.
A premiação reconhece instituições, iniciativas e personalidades que contribuíram para a visibilidade e fortalecimento do movimento de gays, lésbicas, bissexuais e pessoas trans na sociedade mineira. A agência da ONU foi homenageada por apoiar a diversidade sexual por meio da campanha #ZeroDiscriminação.
“O reconhecimento à iniciativa #ZeroDiscriminação não é apenas para o trabalho do UNAIDS, mas principalmente às milhões de pessoas que abraçaram essa causa e que fazem da borboleta, símbolo da campanha, também um símbolo do respeito, da diversidade e da transformação positiva que queremos ver no mundo”, afirmou o assessor de comunicação do UNAIDS, Daniel de Castro, durante a premiação.
Em edições anteriores, o prêmio do Grupo Cello foi concedido a personalidades como a Ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, e ao deputado Nilmário Miranda, chefe da Secretário estadual de Direitos Humanos, Cidadania e Participação Social de Minas Gerais.
Parceiros influentes do movimento LGBT, como o Canal das Bee, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais (ABGLT), a Fundação Perseu Abramo, entre outros, também já foram reconhecidos pela premiação.
Em 2016, além do UNAIDS, o Cellos homenageou o programa Transvest – um pré-vestibular para travestis e transexuais, a ativista trans Keila Simpson, presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, e a coordenadora do programa Transcidadania da cidade de São Paulo, Symmy Larrat, entre outros organismos e indivíduos.
Debate sobre HIV, Aids e populações vulneráveis
A entrega dos prêmios foi uma das atividades da Jornada pela Cidadania LGBT de Belo Horizonte, organizada pelo próprio Grupo Cellos dos dias 13 a 16 de julho. O evento incluiu um seminário sobre os desafios atuais da epidemia de Aids e os riscos enfrentados por populações-chaves.
Castro alertou que “a discussão sobre HIV e Aids dentro dos debates sobre direitos da população LGBT precisa ser abordado de forma a evitar o estigma e a discriminação que tanto marcaram as populações vulneráveis no início da epidemia”.
“Não podemos deixar ninguém para trás e a população LGBT está entre a populações mais vulneráveis ao HIV porque, entre outros fatores, ainda sofre discriminação e muitas barreiras para acesso aos serviços de saúde, como prevenção, tratamento e cuidados.”
Fonte: Nação Unidas