A França não se resume apenas na capital Paris. Ela é repleta de história, com lugares que podem nos levar aos mais antigos passados e nos fazer imaginar como como seria a vida por lá em outras épocas bem longínquas. Para visitar o Sul , comece pela emblemática Marselha. Saindo de Paris, a viagem de trem leva pouco mais de duas horas. Dependendo do período do ano é possível avistar pelo caminho as típicas plantações de lavanda que forram os campos da Provence. Na chegada, o visitante se depara com uma bela e agitada cidade que pulsa no ritmo dos cinco milhões de turistas/ano.
Fundada pelos gregos, 24 séculos de história fazem desta a mais antiga cidade francesa. Antes de se tornar a segunda maior do país, Marselha passou pelas mãos de vários reinos, impérios como Otomano, Romano e outros até finalmente ser incorporada a França no ano de 1481 e foi de lá que em 1792 soldados simpáticos a revolução francesa marcharam até a capital Paris contando a Marseillesa, hoje o hino francês.
O velho porto abriga hoje centenas de pequenos barcos particulares. Pelas calçadas ao redor, inúmeros hotéis, restaurantes e bares sempre cheios de turistas e locais apreciando deliciosos pratos com frutos do mar. A atmosfera é de descontração.
Visite a catedral de Notre Dame de La Gard. A basílica está a 147 metros de altitude, no topo de uma colina. A subida, um pouco cansativa é perfeita para quem gosta caminhar pelas ruas estreitas e observar a arquitetura local.Visite as ilhas em frente a baía. Pegue um barco e siga em direção a uma delas. A mais visitada é de If onde está o famoso Chateau d’If cenário de um dos mais aclamados contos franceses, a história do Conde de Monte Cristo. Inicialmente construído para ser um forte de proteção a integridade da cidade e a costa mediterrânea, o Chatô d’If é perfeito para quem gosta de se imaginar fazendo parte da História. Este é um passeio que só é possível quando a maré é favorável.
As ilhas do arquipélago são repletas de pequenas praias de águas cristalinas. Ótimas para um mergulho no verão e primavera. Nas outras épocas do ano o conselho é apenas contemplar o mar e a vista da cidade. De volta ao continente, um passeio pelas ruas estreitas da parte antiga chama a atenção pelas escadarias e pelas charmosíssimas lojinhas de Savon (sabão). A cidade foi por muitos anos a maior produtora de sabonetes do mundo. Ainda hoje a qualidade dos produtos é indiscutível.
Como quase toda cidade europeia, Marselha sofreu com os ataques da Segunda Grande Guerra. Mas, como poucas, soube se reconstruir com charme e elegância. Na história recente vem passando por uma bela transformação. Estagnada por muitos anos, investiu com força no turismo, restaurou uma enorme região onde ficavam os antigos galpões de mercadoria. A região que era antes abandonada e degradada hoje é motivo de orgulho. Restaurados, os antigos armazéns agora repaginados abrigam lojas e restaurantes renomados. Visite a L’Espérantine. A marca produz chocolates deliciosos à base de azeite. Uma deliciosa tentação.
Perto dali está o Museu das Civilizações Europeias e Mediterrâneas. Inaugurado em 2013 o MuCEM, como é conhecido, foi construído em um aterro sobre o mar e mais parece um emaranhado de fios. O acesso é feito por uma ponte ligando o antigo forte de Saint-Jean no continente ao terraço do museu, onde é possível relaxar e curtir um bom drinque no restaurante. Como o nome sugere, abriga exposições permanentes e temporárias relacionadas a história da Europa e do Mediterrâneo.
À noite a agitação não para. É na hora em que todos os gatos são pardos que Marselha justifica ser uma das preferidas do turista gay no sul da França. O leque de ofertas é completo. São bares, cafés, restaurantes e danceterias que recebem de braços abertos os LGBTs em busca de diversão. Comece no Play Bar. Pertinho do antigo porto, vive lotado de turistas em busca de novas amizades. O local é ideal para conhecer gente. Em noites de muita agitação a casa não suporta a lotação e os clientes invadem a calçada e a rua. Dê continuidade esticando até o Le Petit Cancan. Nem tão pequena assim, a casa é atrevida e sempre com atrações internacionais. A pista bomba a noite toda.
Se a pegada for por um ambiente descontraído e despretensioso, onde gays e lésbicas consigam conversar, comer e beber, então o lugar é o Moby Dyke. A decoração é trabalhada nos temas marítimos e lembra o porão de uma antiga embarcação. O balcão do bar é sempre palco para um show de algum cliente que exagerou no champanhe. Mas quem se importa? Já no Polikapo Vodka Bar, o público misturado se diverte ao estilo guerra fria russa. A onda vintage agradou e o local se tornou o novo point da moda. Vez em quando um Dj agita os frequentadores com som bem eclético. No L’Endroit, típico bar gay europeu, o público dança e se diverte até o sol raiar. A pista é pequena. Mas, não impede ninguém de se jogar sem medo.
Aix en Provence
Bem perto de Marselha está Aix en Provance. Charmosa e encantadora, a cidade é talvez a mais romana das francesas. Pelas ruas do centro antigo perfilam monumentos e prédios que indicam a forte presença da ocupação romana. Berço de um dos ícones da arte impressionista, o pintor Paul Cézanne, foi nos séculos XVII e XVIII que a cidade se transformou em uma das referências no estilo Provençal.
Esse estilo arquitetônico todo romântico, famoso por abusar de flores e adornos, é encontrado em abundância nos casarões embelezando ainda mais os diversos boulevards. O coroamento dessa arte se materializa na Cours Mirabeau, a principal avenida de Aix en Provence, construída para que as moças de família da alta burguesia da época pudessem passear e exibir seus lindos vestidos aos ricos e belos solteiros. Era o que chamamos de local para ver e ser visto. Sem perder o glamour, hoje a maioria das casas está transformada em restaurantes, lojas, patisseries e boulangeries, algumas especializadas nas famosas Calissons, uma espécie de docinho símbolo da cidade.
Segunda a lenda, tem seu formato inspirado na boca da Rainha Jeanne de Laval, esposa do Rei Rene. Conhecida por seu péssimo humor, dizem que foi essa iguaria que fez Jeanne sorrir pela primeira vez em 1447 quando ela o provou durante o banquete de seu casamento.
Passear pelo bairro de Marzin é uma viagem pela história da cidade, e porque não dizer da França. Entre uma ruela e outra, lindas fontes surgem nos cruzamentos. A mais famosa delas é Quatre Dauphins, construída em estilo barroco em 1667.
Poucos turistas notam, mas algumas janelas das casas são falsas. Uma lei francesa obrigava os donos dos casarões a pagarem seus impostos relacionando o número de janelas que a casa tinha. Então, quanto mais janelas, mais caro era o imposto pago. As fachadas passaram a ter pintura de janelas apenas para um embelezamento estético sem função real.
Finalize seu passeio no Marzin visitando o recém-inaugurado Caumont Centre d’Art, instalado em um casarão do século XVIII, uma das joias arquitetônicas de Aix in Provence. No acervo, exposições com obras dos melhores pintores mundiais disputam a atenção dos visitantes.
De volta ao centro antigo da cidade, o agito e quantidade de jovens nas ruelas gera curiosidade. O motivo: a cidade é o grande centro universitário da região. São milhares de estudantes vindos de várias partes da Europa que dão uma atmosfera mais do que contemporânea.
A praça do Hotel de Ville, como é chamada a prefeitura local, é um dos pontos de encontros mais animados. Os bares e cafés ficam lotados até altas horas. Mas o que chama mesmo a atenção é o próprio Hotel de Ville. Poucos turistas sabem, mas é permitida a entrada no salão principal, onde ainda hoje os parlamentares discutem, aprovam e reprovam as leis da cidade.
É lá também que descobrimos que Aix in Provance tem um pé no arco-íris. Na parede do parlamento está o retrato do duque de Villars, um intrigante personagem da história local. Rico e excêntrico, ao completar 40 anos, Villars decidiu vestir-se sempre de mulher. Porém, apesar de ter sido casado com uma mulher em toda sua vida, era conhecido como o “amigo dos homens”. Sua reputação era pra lá de boa. Usou parte da sua fortuna para construir um hospital público para atender crianças pobres da Provance, tornando-se muito querido e respeitado.
Lembra-se da famosa frase “todos os caminhos levam a Roma”? Pois é na Rue de Rome que está um dos mais importantes monumentos, a Cathédrale Saint-Sauveur d’Aix-en-Provence. Construída em cima do primeiro fórum romano do local, erguido no século I, as obras de sua construção começaram no século XII. Até o século XIX sofreu inúmeras reformas agregando os diferentes estilos arquitetônicos de cada época.
No seu interior é possível ver colunas romanas que sustentavam o templo dedicado ao deus Apolo, além de estatuas de outros deuses. Diz a lenda que antes de Roma se tornar um império católico, São Maximinium, vindo com Maria Madalena de um vilarejo perto de Jerusalém, construiu ao lado do templo uma pequena capela dedicada a São Sauveur. Um emaranhado de estilos arquitetônicos tão confusos quanto a própria história da igreja agregam mais valor a esse local e faz dele um dos mais visitados pelos turistas.
A noite é uma delicia em Aix in Provence. As luzes amarelas que iluminam as ruas de pedras reluzem num tom dourado mais do que convidativo. É hora de saborear um delicioso jantar no restaurante Chez Féraud. Escondido em uma ruela e com fachada bucólica, a casa recém-inaugurada tem atmosfera romântica. No menu pratos típicos da região harmonizam perfeitamente com os vinhos oferecidos. A decoração do salão em estilo provençal tem um toque familiar sutil. Um guarda-chuva nas cores do arco-íris ajuda a decorar e dar as boas vindas aos clientes gays. O arremate fica por conta do carismático gerente que caminha por entre as mesas num bailado divertidíssimo. O sorriso é inevitável.
De volta às ruas, dê um pulo na Place Forum de Cardeurs. Repleta de bares e restaurantes mais alternativos, o local fica lotado a noite toda. O público é formado por estudantes em busca de diversão, comida e bebida a preços mais acessíveis.
Ali pertinho está a nossa última e talvez mais preciosa dica, a sua hospedagem. A pequena pousada l’epicerie te proporciona a verdadeira experiência de uma casa da Provence. Os quartos clássicos em estilo provençal são aconchegantes e um convite ao descanso. No quintal, bicicletas antigas e banquinhos de madeira remetem as casas de campo da região. O café da manhã é farto, cheio de delicias típicas da Provence como geleias de frutas, pães, queijos, e uma deliciosa quiche de legumes. O mais gostoso é que tudo é servido em uma mesa única, e preparado pessoalmente pelo simpático casal gay dono da pousada. Não tem como não se sentir em casa.
Cannes
Conhecida pelos festivais de cinema, publicidade e pela constante visita de celebridades da sétima arte mundial, a cidade habita o imaginário de milhões de turistas por ser um dos balneários mais chiques e desejados. Tudo beira a perfeição. Os hotéis na avenida La Croisset à beira-mar impressionam pelo requinte e sofisticação. Um dos ícones é o clássico Hotel Carlton, de 1911, com fachada imponente conservam o glamour da época em que foi construído.
Lojas de grifes como Channel, Louis Vuitton, Prada entre outras disputam cada centímetro das calçadas em busca dos ricos e famosos que por ali caminham sem preocupação. Do outro lado da avenida, o calçadão a beira da praia ora parece familiar. Centenas de banhistas relaxam e se divertem entre um mergulho e outro. Os guarda-sóis espalhados pela areia deixam tudo muito simples e democrático. Se quiser privacidade, pague alguns euros e se instale em uma espreguiçadeira nas poucas faixas de areia privadas e reservada aos hotéis.
Engana-se quem acredita que Cannes é um destino apenas para ricos e famosos. A cidade segue bem o lema do “Egualitê”. Hoteis, restaurantes e lojas mais acessíveis também fazem parte da estrutura turística do local. Todos tem seu espaço garantido.
De todas as atrações, o que chama mais atenção é a vista do alto do Le Suquete, o bairro medieval. Há duas opções para se chegar lá, de trenzinho turístico ou a pé. Claro que na segunda a subida é um pouco puxada, mas a caminhada pelas antigas ruelas, entre becos e casas originais da época da fundação da cidade, deixa o passeio muito mais prazeroso. À medida que se ganha altitude avista-se com mais clareza, por entre os telhados históricos, o mar azul e o porto. A paisagem deslumbrante era constantemente fonte de inspiração para mestres da pintura como Claude Monet e August Renoir.
Ao final da caminhada, o sacrifício é coroado com a bela igreja de Notre-Dame de l’Espérance. Em estilo romano, suas obras tiveram início em 1521. Ao lado, o museu de La Castre localizado dentro de um antigo castelo medieval onde abriga peças antropológicas de várias partes do mundo e pinturas de importantes artistas locais. Uma sala para concertos expõe os mais variados instrumentos musicais utilizados pelo homem. Do lado de fora, o vento e a vista de Cannes apaixona os visitantes. Na volta, aproveite e conheça o Forville, mercado municipal da cidade. Um agradável passeio pelas cores e sabores da Riviera Francesa.
Na hora de comer, invista um pouco mais, não é todo dia que você está em Cannes. o restaurante L’Ecrin na Boulevar de la Croistte é a sugestão. Pé na areia funciona no esquema self service. A comida é deliciosa, vários pratos com frutos do mar, carnes, saladas e massas compõe o bufê. Aproveite e brinde com um refrescante rosè. Mas guarde espaço para a sobremesa.
Ali pertinho fica a Patisserrie-Intuitions, um das docerias mais famosas da França. O local mais parece uma joalheria e os doces são vendidos como obras de arte. A primeira impressão que se tem é de que tudo custa uma fortuna, mas as delícias preparada pelo jovem e renomado chefe Jérôme de Oliveria são bem acessíveis.
O ecoturismo também faz parte da viagem. Reserve um período para visitar uma das quatro ilhas que compõe o arquipélago Lérins. Localizadas bem a frente da costa são cercadas pelo azul do Mediterrâneo. Na maior delas, a de Sainte-Mageritte, a natureza exuberante se exibe na abundante fauna e flora. No centro, em meio às ruínas do antigo forte que protegia a cidade está o museu do Mar. O local, usado como prisão, foi morada de um famoso hóspede, “O homem da máscara de ferro”.
De volta a cidade, um passeio noturno leva de volta ao bairro medieval. Boa parte dos mais tradicionais bares e restaurantes ficam por lá. As ruelas de pedra se agitam e todos buscam por um bom jantar. O restaurante Relais des Semailles, bem refinado é um dos mais disputados. Apesar do ambiente sofisticado e apresentar uma gastronomia deliciosa, com no máximo 30 euros por pessoa é possível ter um jantar inesquecível.
Em Cannes não existe muitos lugares exclusivamente gays. A comunidade LGBT local está diluída e é bem recebida em todos os ambientes. Para quem curte exclusividade, o Le Vogue bar oferece um ambiente descontraído e alegre. Perfeito para drinques e esquentar para o resto da noite. Depois, se jogue no Friends Bar Night Club. A casa é pequena, bem animada e ponto de encontro dos jovens gays e simpatizantes que moram ou visitam a cidade. Uma cena gay tímida, mas que será revertida em Nice, nossa ultima parada.
Porém, antes vamos falar sobre a hospedagem. Como dito no começo do texto, Cannes tem hotéis para vários tipos de bolsos. A dica vai para o hotel Villa Garbo, que oferece aos hóspedes espaçosas suítes equipadas. Da até para cozinhar pequenas refeições. Segundo a gerente do hotel, a atriz Débora Bloch é assídua. O café da manhã é caprichado, tudo feito com carinho e ingredientes frescos. Outra opção é o hotel Le Cavendish. Localizado numa das principais avenidas da cidade, o prédio em estilo barroco abriga lindos quartos conservados ao estilo da época de sua construção.
Nice
Chegamos agora em Nice, a cidade é com certeza a capital gay da Riviera Francesa. A comunidade LGBT aqui é grande e organizada. A quantidade de eventos que acontecem voltados ao segmento surpreende e atrai turista o ano todo. Isso sem falar dos estabelecimentos direcionados para esse público. Passam de cem.
Mas antes de entrarmos nesse assunto, vamos falar um pouquinho sobre a cidade e suas características, e assim ficará fácil entender porque Nice é a segunda cidade mais gay friendly da França, ficando atrás apenas de Paris.
Por estar localizada bem ao sul, quase que na fronteira da Itália, a região tem temperaturas em torno dos 23 graus. No verão alcança facilmente os 30, e no inverno não desce além dos 13 graus. O sol brilha quase que o ano inteiro e com ele a alegria típica das cidades costeiras.
Nice é alegre. A arquitetura possui cores fortes e vibrantes e a arte está constantemente presente nas ruas e pontos turísticos. A cidade tem o status de metrópole, ultrapassando um milhão de habitantes.
Comece o passeio pela parte central, a Place Masséna. A praça é o ponto de encontro das principais vias da cidade. Os arcos e os vão dos prédios ao redor abrigam restaurantes e lojas famosas como a Galeria Laffayet. Para impressionar uma fonte com uma estatua de sete metros de altura do deus Apolo ornamenta o final da praça.
A estátua, de costa para a o mar, é uma celebração ao sol que ilumina e aquece a cidade. Recentemente a Masséna ganhou mais uma atração, a obra do artista plástico catalão Jaune Pensa. Sete postes instalados paralelamente aos trilhos do bonde sustentam sete homens de joelho. Durante a noite as obras se acendem em cores vibrantes representando os sete continentes do planeta.
A poucos metros dali está a praia de Nice. Com muitas pedras e quase nada de areia, a praia não favorece o banho, mas, com o calor do verão quem se importa? Na alta estação vive lotada de banhistas. No Boulevard a beira-mar estão concentrados os melhores hotéis da cidade e a Opera Municipal, um prédio de 1776.
O calçadão largo e bem conservado é o local preferido para uma caminhada e prática de esporte. Mas adiante, em direção ao porto, no topo de uma colina estão as ruínas do castelo que foi inteiramente destruído pelos soldados do rei Luis XIV em 1706. Uma escadaria leva até a parte mais alta de onde se tem uma vista de tirar o fôlego.
O Bairro que circunda o porto, onde está a parte mais antiga da cidade é carinhosamente chamado de Petit Marais, e já pode imaginar porque. Lá está concentrada a maioria dos estabelecimentos gays. Por entre as ruas históricas, a todo o momento se depara com bandeiras do arco-íris e fachadas pra lá de convidativas. Porém um dos pontos fortes é o Le Bar Bitch que fica no bairro ao lado chamado Vielle Villa, ou Vila Velha em português. Sempre lotado e animado, o bar encontrou uma maneira de manter viva a chama gay durante a baixa estação. Durante a noite o show de drags no meio do calçadão chama a atenção de quem passa e dos clientes dos bares e restaurantes que circundam a praça da Catedral de Saint-Reparaite. Isso mesmo, todo esse agito gay acontece bem na frente de uma igreja. Alguns passos adiante está o restaurante Les Garçons. Moderno e descolado, se tornou uma referência gastronômica. Seu staff super friendly ajudou a atrair a clientela. Faça reserva. O restaurante é disputado.
Nice é famosa também por seus eventos focados no público LGBT. A parada gay é um acontecimento. Bem organizada, a Gay Pride da reúne milhares de pessoas em julho. A festa conta com a participação dos moradores de toda a região metropolitana e de turistas gays que invadem a cidade. O evento movimenta milhões de euros injetados na economia local.
Outro evento de grande relevância é o festival de cinema Gay e Lésbico de Nice. Chamado de In&Out, atrai um enorme público e apresenta filmes entre longas e curta metragens que tem como ponto central a temática gay. Geralmente acontece entres os meses de abril e maio. Durante a semana, festas paralelas acontecem nos clubes da cidade e o público se mistura com atores, diretores e produtores.
Em fevereiro a cidade também celebra o seu carnaval. A festa já bastante renomada na Europa ganhou uma novidade em 2015, o Queernaval. Organizado pelo Centro LGBT da Côte d’Azur, uma espécie de central de todas as associações da região, o evento surpreendeu a todos pela beleza e quantidade de participantes. O luxo e glamour da festa agradaram tanto que já está confirmada para os próximos anos.
Assim com a Gay Pride, ou Pink Pride como é conhecida, o Queernaval acontece na Praça Masséna onde Apolo parece nos brindar com sua beleza.
Por Xando Pereira e Ricardo Mendel