No próximo dia 23 de agosto, será aberta ao público a Torre de Miroku. Às margens da Represa Billings, na cidade de Ribeirão Pires, região metropolitana de São Paulo, o local é uma exaltação ao belo, à arte, à paz, e fica a apenas uma hora da Avenida Paulista.
A história da construção dessa obra de arte começa a ser desenhada em junho de 1973 no Brasil, quando Minoru Nakahashi discípulo do Mestre Meishu-Sama, idealizador da Igreja Messiânica no Japão, funda o Templo Luz do Oriente com o objetivo de divulgar, ao maior número de pessoas, os ensinamentos revelados por Deus ao seu mestre.
A construção da torre iniciou em 2000, quando o já Reverendo Nakahashi e a artista plástica Lilian Bomeny visitaram no Japão o Templo Horyu-Ji, considerado patrimônio mundial além de ser o templo de madeira mais antigo do mundo. Lá tiveram a inspiração para construir algo semelhante no Brasil. O objetivo era ter aqui um espaço repleto de arte, paz e cercado pela natureza nativa, para que as pessoas pudessem meditar e elevar a espiritualidade.
“Os desafios para essa construção eram enormes e demandavam um custo altíssimo”, explica Maurício Nakahashi, filho e sucessor do reverendo Nakahashi que faleceu em novembro de 2012. Os incrédulos desacreditavam que seria possível e as únicas ferramentas disponíveis de Minoru eram uma planta original de um templo que ele havia encontrado quando jovem nos pertences de seu tataravô, que era um construtor de torres no Japão.
No ano de 2005, com poucos marceneiros, alguns ajudantes e sem experiência, o filho do fundador da religião e a artista plástica iniciam a grandiosa obra: a Torre de Miroku.
A construção de 32 metros, com 5 telhados utilizando 13 mil telhas, foi executada durante mais de 12 anos e as 400 toneladas de material utilizados foram exclusivamente madeiras (angelim pedra, jatobá e eucalipto) ecologicamente sustentável e concreto. Não foi utilizado nenhum prego ou parafuso na construção da Torre de Miroku.
A técnica de sustentação, muito utilizada no Japão, é semelhante àquela utilizada com blocos de montar. As vigas de madeira foram sendo encaixadas, uma a uma, intercalando com concreto. As 15 mil telhas da Torre foram feitas seguindo um molde trazido pelo pai de Maurício em um forno adaptado especialmente para que as peças fossem produzidas aqui no Brasil.
Para esmaltar as telhas, além da antena, ouro líquido foi trazido do Japão. O serviço de pintura das telhas com uma tinta que vem misturada com piche e que quando exposta ao calor do forno fixa a coloração dourada, contou com a ajuda de membros da religião.
No interior da Torre há uma escultura 3D de 8 metros e que pesa 4 toneladas, executada durante 3 anos em blocos de madeira (embuia) e folheada a ouro 24 quilates, simbolizando Kannon, uma divindade tanto masculina quanto feminina que é reverenciada desde os mais remotos tempos, especialmente no Oriente. Os vitrais do templo foram criados e produzidos pela artista plástica Lilian Bomeny com cristais de Murano e demoraram 5 meses para ficarem prontos.
Cada um dos 5 telhados representa uma parte do corpo da divindade. O primeiro e menor de todos é a cabeça, o segundo o pescoço, o terceiro o peito, o quarto a barriga e o quinto as pernas, como forma de alicerce.
A escultura foi feita por Cicero D’Ávila, renomado escultor brasileiro que tem obras, projetos, bustos e monumentos em vários países. No seu interior existem também 18 esculturas de 80 centímetros de Kannon. No alto da Torre existe uma antena com uma urna que possui um pouco do cabelo do Mestre Meishu-Shama.
Na área de 75 mil metros quadrados, foram construídas uma capela (Okunoim) onde está o desenho do Supremo Deus, representando o Espírito do lugar, um espaço reservado para a imagem de Nossa Senhora Aparecida, que simboliza a Kannon do Ocidente, e um espaço dedicado a São João Batista que é o santo padroeiro do Japão. Além disso há jardim Zen, minicachoeira, lago com carpas e diversos jardins espalhados com o objetivo de auxiliar a conexão com o Divino.
O acesso a Torre é feito por meio de uma embarcação pela Represa Billings com capacidade para até 80 pessoas. A viagem já começa com o clima oriental já que a embarcação possui um dragão dourado na sua proa, simbolizando a proteção a Kannon. A viagem de ida a volta leva cerca de 40 minutos e é um convite a contemplação da beleza da natureza local.
O local obedece às normas e critérios para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Os ingressos poderão ser adquiridos, exclusivamente, por meio da Uakatur Agência de Viagens, única agência credenciada e que está localizada em Ribeirão Pires.
O local funciona de quinta a a domingo, das 10h às 16h (retorno ao pier). Durante o horário de verão o último barco sai às 18h do pier. Os preços variam de R$ 7,50 a R$ 50,00. Mais informações pelo site www.uakatur.com.br.
De carro ou trem
O acesso à Torre de Miroku acontece somente por meio da embarcação própria* que tem saída de hora em hora do Tahiti Náutica Club (avenida Palmira, 450, bairro Represa, Ribeirão Pires). No local há espaço para guardar carros particulares.
Quem vai de transporte público a partir da estação Brás de trem CPTM e Metrô, pegar o trem sentido Ribeirão Pires ou Rio Grande da Serra. Descer na estação Ribeirão Pires e seguir a pé até a agência Uakatur, na Avenida Fortuna, 100, Centro, Ribeirão Pires, são 6 minutos de caminhada leve. Na agência disponível ônibus fretado (valor incluso no ingresso) para a Torre de Miroku, com saída de hora em hora, das 8h30 às 14h.
A navegação do barco que dá acesso ao Complexo Torre de Miroku é uma atividade contingente ao clima. Todas as partidas estão sujeitas a cancelamento devido às condições seguras de navegação. Caso não haja condições de navegação o ingresso será trocado por outra data ou haverá devolução do valor pago.