Após aplaudida temporada no final de 2016, o espetáculo “Dzi Croquetes” mantém apresentações no palco do Teatro Augusta – Sala Paulo Goulart, em São Paulo, até o próximo dia 23 de fevereiro, com exibições às quartas e quintas-feiras, às 21h. Com 45 anos de história, o grupo coreografado e dirigido por Ciro Barcelos (integrante da formação original do Dzi Croquettes), preserva a ideia do Teatro Musical Brasileiro, com aproximação ao chamado teatro de revista e distanciamento ao estilo contemporâneo dos musicais assinados pela Broadway.
Composto por uma nova geração de bailarinos, cantores e atores, a montagem que serviu de modelo para uma geração de artistas prioriza suas características originais, como a irreverência que exalta a fuga do costumeiro, seguindo firme na crítica à tirania do habitual e à redução do indivíduo ao nível da ignorância e do preconceito, evidências vistas no cotidiano atual. Um espetáculo que reflete a realidade social, política e existencial dos tempos modernos.
“O texto mexeu com uma geração e se coloca muito atual. Levamos uma discussão ao mundo e o interessante é rever que as mesmas discussões foram mantidas ao longo do tempo”, destaca Ciro Barcelos.
O espetáculo conta com sua trilha sonora também original, sendo acrescidas algumas canções contemporâneas, como Ira, Titãs e Mamonas Assassinas, além de estilos como o rap e o eletrônico. No elenco, além de Ciro Barcelos, a sensualidade de jovens, que esbanjam vigor físico e aplaudida técnica teatral para vivenciarem suas intepretações “masculinas femininas”.
HISTÓRIA
Em 1972 nascia, no extinto Teatro Treze de Maio, em São Paulo, o grupo Dzi Croquettes. Ao longo de um ano, homens barbudos mostravam no palco performances femininas. Uma espécie de “era androgênica” que serviu de inspiração a grandes talentos, como Ney Matogrosso, Claudia Raia, Miguel Falabella e Marília Pera, entre outros tantos. Antes da chegada ao tablado, grupo iniciou o espetáculo “Gente Computada Igual a Você”, apresentada na casa noturna Ton Ton.
A equipe criadora do grupo conto com nomes, como o coreografo Lennie Dale, o autor Wagner Ribeiro de Souza e os atores/bailarinos Cláudio Gaya, Cláudio Tovar, Ciro Barcelos, Reginaldo di Poly, Bayard Tonelli, Rogério di Poly, Paulo Bacellar, Benedictus Lacerda, Carlinhos Machado e Eloy Simões. Exilados do País, em meados da década de 1970, pela Ditadura Militar, os Dzi Croquettes se consagraram internacionalmente, especialmente, na cultural parisiense, quando foram amadrinhados por Liza Minelli.
Com autoria, coreografia e direção geral de Ciro Barcelos, a nova versão do espetáculo “Dzi Croquettes”, teve estreia em 2012, no Rio de Janeiro, onde permaneceu em cartaz por três anos. Em 2015, a montagem fez estreia em São Paulo, no Teatro João Cachoeira, a convite da Secretaria de Cultura por ocasião da Virada Cultural. Em 2016 realizou 13 apresentações no Teatro Augusta, onde mantém temporada até o dia 23 de fevereiro e, possível, prorrogação para o mês de março.
Serviço:
Dzi Croquettes
Local: Teatro Augusta – Sala Paulo Goulart. Rua Augusta,943; Cerqueira Cesar, São Paulo.
Temporada. Em cartaz até 23 de fevereiro, as quartas e quintas-feiras.
Horário: 21h
Ingresso: R$ 80,00 e R$ 40,00 (meia entrada: estudante, servidor de escola pública, idosos e pessoas com deficiência)
Duração: 90 minutos