Ativistas LGBTQIA+ de seis países, quatro continentes uniram-se através de um aplicativo de conversa por vídeo para dar um pontapé inicial numa iniciativa ousada: criar o primeiro Museu Lusófono da Diversidade Sexual. Lusófono devido à intenção de juntar num mesmo local a história das comunidades LGBTQIA+ dos dez países que falam a língua portuguesa.
Nesta primeira reunião virtual, estiveram presentes os ativistas LGBTQIA+: Franco Reinaudo, Diretor do Museu da Diversidade Sexual de São Paulo (SP), e criador do projeto, Laura Bacellar, ativista lésbica, escritora, editora e incentivadora da literatura LGBTQIA+, ambos representando o Brasil; Stevan Lekitsch, ativista gay brasileiro e proprietário de um museu no Alentejo, António Serzedelo, ativista gay português, vereador/vogal em Lisboa/Arroios, criador de um monumento LGBTQIA+ na mesma cidade, no Jardim do Príncipe Real, ambos representando Portugal; Jason Chao, da entidade LGBTQIA+ Rainbow Macau, representando a região autônoma de Macau, localizada na China; Francelino Zeute, da Organização Lambda de Moçambique; Mittiner Veiga, ativista de São Tomé e Príncipe; e Carlos Fernandes, da entidade Íris de Angola. Quatro continentes (América do Sul, Europa, Ásia e África) devidamente representados.
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A reunião teve como objetivo o conhecimento mútuo de todos, e o início da conversa para se delinear a criação do Museu Lusófono da Diversidade Sexual, que terá como objetivo contar a história, mostrar a cultura de cada país e a valorizar as ações de ativistas e entidades de defesa da comunidade LGBTQIA+ nessas dez realidades.
Não puderam estar presentes na reunião os ativistas LGBTQIA+ representantes da Guiné Bissau, mas que já estão a par do projeto, e ainda estão por contatar ativistas da Guiné Equatorial, Cabo Verde e Timor-Leste, os demais países que, juntamente com os seis anteriores, formam os dez que possuem a língua portuguesa como oficial.
Após exporem suas vitórias e seus problemas em relação a essa comunidade em cada um dos países, uma constatação foi unânime: “Apesar de estarmos todos em países e continentes diversos, temos muito mais em comum, temos muito mais semelhanças do que diferenças”, afirmou Carlos Fernandes, ativista de Angola. “Temos que mostrar histórias inspiradoras nesse museu, para que mais pessoas nesses países e ao redor do mundo se sintam motivadas a continuar a nossa luta”, completou Francelino Zeute, de Moçambique.
Um grupo de WhatsApp também foi criado para facilitar a comunicação entre todos, assim como um endereço de e-mail e uma página do Facebook, inicialmente. O próximo passo do projeto é começarem a centralizar os materiais digitais de cada país numa nuvem digital comum, e materiais físicos (como panfletos, flyers, livros jornais) em Portugal, para começarem a criar o acervo do museu.
Tudo vai se iniciar com uma primeira exposição do museu, inicialmente marcada para acontecer no mês de junho de 2022, mês do Orgulho LGBTQIA+, e com a presença real (e não virtual) de todos esses dez ativistas dos dez países, em Lisboa, local escolhido para a sede do museu e de seu acervo, assim como da primeira exposição.
A intenção é que essa exposição percorra os outros nove países, para dar visibilidade a todos em cada um deles, reforçando a presença, a luta e as conquistas da comunidade LGBTQIA+. E se alguma junta ou freguesia ou município ficar interessado em acolher a exposição, o museu está de braços abertos para enviá-la, onde quer que ela seja bem recebida.
MUSEU LUSÓFONO DA DIVERSIDADE SEXUAL
E-mail: museulds@gmail.com
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