in , ,

Atendimento de pacientes LGBTQIA+ será debatido em congresso médico

pacientes lgbtqia+

Os profissionais de medicina precisam ter o conhecimento necessário para atender pacientes LGBTQIA+, que representam de 10 a 20% da população, a depender do estado brasileiro. Essa é uma afirmação do psiquiatra Saulo Ciasca, especialista, professor e editor de um livro sobre o assunto.

“Infelizmente este não é um conteúdo ainda discutido nas universidades, então o médico ou médica chegam ao consultório com dificuldades de compreender os cuidados necessários para essas pessoas”, explica.

+ Havaianas lança campanha digital com foco na saúde mental da comunidade LGBTQIA+

+ Atendimento à saúde da população LGBT+ é tema de campanha para os farmacêuticos baianos

Uso de nome social é garantido pela Unidade da Saúde da Família e Comunitária em Itajaí SC

Temas como cuidados específicos de saúde de cada população, saúde sexual ampliada, questões de saúde mental, os efeitos da hormonização, transição de gênero, uso de nome social e até aspectos cirúrgicos são negligenciados há muito tempo e geram dificuldade de acesso da população LGBTQIA+ a uma saúde de qualidade e sem preconceitos.

Para Saulo Ciasca, é preciso trazer informações para as médicas e médicos, tendo em vista que esse público precisa de um olhar especial da medicina, assim como já acontece, por exemplo, com crianças, idosos, homens e mulheres.

“É comum que num consultório o profissional de medicina parta do pressuposto que seu paciente é heterossexual e cisgênero. Falta conversa sobre orientação sexual e identidade de gênero e por isso o atendimento médico não é pleno”, explica o psiquiatra.

Na formação médica a saúde LGBTQIA+ também tem ganhado espaço, sendo temas de muitas questões nas provas de residência, avaliação que muitos médicos fazem depois de graduados, na busca da especialização.

“Questões relacionadas à prevenção também acabam sendo esquecidas, como a necessidade do exame papanicolau para mulheres lésbicas, os cuidados na prática do sexo anal, e atenção a sintomas de ansiedade e depressão”, destaca Ciasca. Ele é um dos editores do livro Saúde LGBTQIA+, Práticas de Cuidado Transdisciplinar, publicado em 2021 pela editora Manole.

Assunto será discutido em evento médico gratuito e online

Uma das formas de propagar o conhecimento e debater com a comunidade médica é inserindo o tema em grandes eventos da área. A segunda edição do SanarCon, congresso online e gratuito voltado para profissionais de saúde, trará uma palestra do médico e psiquiatra Saulo Cisca sobre Saúde LGBTQIA+.

pacientes LGBTQIA+
Dr. Saulo Cisca – Psiquiatra

“Vou falar de três perguntas e três atitudes fundamentais que os profissionais de saúde têm que fazer para fazer uma consulta voltada para a diversidade sexual de gênero, mas detalhes só na palestra”, afirma. Os interessados podem se inscrever de graça em https://sanarcon.sanarmed.com/.

Além de Saulo, outros palestrantes relevantes debatem diversos assuntos de medicina no evento, como os médicos José Alencar (cardiologista), Álvaro Furtado (infectologista) e a cientista Natalia Pasternak.

 

Saulo Vito Ciasca

É médico psiquiatra pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), professor, psicoterapeuta com formação em Psicodrama, Psicoterapia Psicodinâmica Breve e Teatro. Também é coordenador da Área da Saúde da Aliança Nacional LGBTI+ e da Pós-graduação em Psiquiatria pela SANAR, além de professor da disciplina de Saúde LGBTQIA+ em cursos de pós-graduação na área de sexualidade no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP (IPq-HCFMUSP), Hospital Pérola Byington, FMABC, UNISAL e IBCMED. Diretor de ensino do Instituto Saúdiversidade. Foi colaborador voluntário do Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual (AMTIGOS) do IPq-HCFMUSP de 2010 a 2021, especializado no cuidado de crianças e adolescentes com vivências de variabilidade de gênero. Membro da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB, membro voluntário da ONG Mães pela Diversidade e membro da World Professional Association for Transgender Health (WPATH).

Avatar

Escrito por redacao