O dia 28 de junho é considerado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ e seu principal objetivo é conscientizar a população sobre a importância do combate à homofobia, para a construção de uma sociedade livre de preconceitos e mais igualitária. Entretanto, nem tudo são flores. Segundo dados do Center For Talent Innovation, 33% das empresas no Brasil não contratariam pessoas LGBTQIA+ para cargos de chefia. Outro levantamento, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), feito em 2020, mostra que 90% de mulheres transgêneros são obrigadas a procurar trabalhos informais ou a prostituição por não se adequarem aos padrões impostos pela sociedade.
Especialista em Direitos Humanos que mergulhou nesse tema e diretor-executivo da Diversità, Lucas Paoli acredita que a segurança psicológica, um termo criado em 1999 pela professora Amy Edmondson, da Harvard Business School, é essencial nos dias de hoje. “Em empresas, a equipe não deve envergonhar, rejeitar ou punir alguém por se pronunciar. A segurança psicológica consiste justamente em criar um espaço onde novas ideias são encorajadas e esperadas. A segurança psicológica é um assunto muito importante quando pensamos nos trabalhadores LGBTQIA+, principalmente devido ao preconceito e à discriminação que esta população sofre no mercado de trabalho”, destaca.
Um ambiente de trabalho psicologicamente seguro é aquele em que, ao invés de desistir de fazer uma pergunta, as pessoas se sentem encorajadas a colocarem suas ideias, preocupações ou erros, sem sentirem o receio de serem punidas ou, de alguma forma, humilhadas.
Outras pesquisas mostram que os líderes também podem aumentar a segurança psicológica dos membros da equipe a partir de dois aspectos importantes: gestão participativa e gestão inclusiva. “Equipes psicologicamente seguras são, antes de tudo, mais produtivas, e esse é um dos benefícios para empresas e para pessoas LGBTQIA+”, garante Lucas. A capacidade comunicativa e de interação na empresa cresce, ampliando a visão de mundo do negócio. Além disso, equipes com segurança psicológica são mais eficazes, permitindo que seus integrantes possam ser, na organização, quem são em sua plenitude.
Atualmente, a Diversità oferece cursos para empreendedores LGBTQIA+ que queiram se sentir mais acolhidos no mercado e, com isso, terem sucesso com seus produtos. Lucas informa que um grupo de 50 pessoas, majoritariamente trans, está prestes a terminar, em julho, um curso iniciado há quase um mês. “Além de empreendedores LGBTQIA+, também oferecemos consultoria para empresas que queiram ser mais inclusivas e primem pela diversidade”, finaliza.