O Instituto MAS, a Agência Seu Mercado e a B&C Coleta de Dados, sediados em São Paulo, lançam uma Pesquisa Nacional de Perfil da População LGBTQIA+. O levantamento é realizado em etapas e já iniciou o pré-teste do cadastro de respondentes da pesquisa.
O questionário é produzido de forma participativa com a coleta de sugestões por meio de “pré-pesquisa” quantitativa e conta com discussões em grupos focais para refinamento dos instrumentos.
“Buscamos com essa pesquisa, contribuir com a construção de uma nova narrativa a respeito da população LGBTQIA+, que fuja do lugar comum e se desprenda da mera apresentação de um conjunto de dados socioeconômicos.”, afirma o coordenador do estudo, o sociólogo Marcos Agostinho Silva do Instituto MAS.
+ Pesquisa revela percepção do Rio de Janeiro para os turistas LGBT+
+ Pesquisa de Turismo LGBT indica que 64% dos brasileiros pretendem viajar até o final de 2020
+ Estado do Rio cria projeto que combate preconceito contra pessoas trans no mercado de trabalho
Andréia Soares, publicitária e CEO da Agência Seu Mercado, responsável pela construção dos instrumentos de coleta de dados e relatórios desse projeto, afirma que “a Pesquisa Nacional de Perfil da População LGBTQIA+ não será no formato de censo, mas por amostragem da população que faz parte do segmento”.
Segundo Claudia Ishikawa, especialista em coleta de dados quali/quanti e diretora da B&C Coleta de dados, “para a realização da primeira etapa da pesquisa, mediante aceite, os respondentes recebem o link via WhatsApp e informam basicamente questões socioeconômicas e geográficas, depois virão outras etapas.”
Já foram coletadas também sugestões quanto às temáticas importantes para o segmento LGBTQIA+. Abordagens sobre saúde, lazer, hábitos de vida, consumo e violência não podem ficar de fora da pesquisa nacional.
“Uma questão de suma importância é que todas as informações geradas, compiladas e unificadas para o trabalho de análise serão enviadas diretamente para uma plataforma protegida pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados)”, diz Cláudia Ishikawa.
No atual contexto, o levantamento feito pelas três empresas de pesquisa mostra-se ainda mais importante dada a não realização do Censo 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e visto que não existem dados oficiais produzidos por órgãos públicos que contemplem especificamente o segmento LGBTQIA+.
Marcos Agostinho destaca que “essa nossa pesquisa não é de todo inédita, porém busca um diferencial metodológico mais participativo e essa pesquisa nacional contribuirá para que o País possa ter um retrato mais apurado da comunidade LGBTQIA+ e chamar a atenção para a inserção do tema no censo de 2022”.
A população LGBTQIA+ tem expressão cada vez maior no Brasil. “Todos os segmentos precisam fazer parte dos levantamentos científicos. As informações que estamos coletando serão importantes para formulação de políticas públicas, para a própria comunidade se conhecer de perto e o mercado poder se adequar à linguagem, à diversidade e ao acolhimento”, finaliza Andréia Soares CEO da Agência Seu Mercado.