De acordo com dados da Agência Brasileira de Investigação Profissional de Dourados (Abip), 70% dos maridos que traem têm amantes do mesmo sexo em Dourados, em Mato Grosso do Sul. A informação leva em conta os casos que são atendidos na Abip, única do ramo no município.
De acordo com o detetive Givaldo Ferreira, os dados apontam para uma crescente busca dos maridos por novas descobertas. “O perfil desses homens é de pessoas que procuram aventuras. Eles não tem relacionamento fixo, como acontece com as amantes ‘tradicionais’. Na maioria dos casos se relacionam com vários homens em situações esporádicas”, complementa.
Ainda segundo o detetive, apesar das provas, muitos preferem a reconciliação. “A mulher sofre muito com a situação inusitada, mas em muitos casos acaba perdoando. Eles entram em um consenso depois de levar em conta situações como bens, filhos e a história do casal”, comenta.
Em relação às mulheres que traem, o Ferreira destaca algumas curiosidades. A primeira delas é que são mais cuidadosas. “Para produzir provas contra os homens traidores demoramos apenas 15 dias; para flagrar mulheres demoramos mais de 60 dias”, revela, observando que as estratégias vão desde marcar salão de cabeleireiro e sair por uma porta sigilosa do outro lado da rua até fingir uma consulta médica que não existe.
Os relacionamentos, ainda, são, em sua maior parte, com homens mais jovens e com dependência financeira. “Elas bancam os amantes”, conta. O motivo da traição geralmente é a falta de companheirismo. “Ela procura na rua o carinho que não tem em casa”, explica.
Desde 2005, com a revogação do artigo 240 do Código Penal, o adultério não é mais considerado um crime. No entanto, se a pessoa traída se sentir lesada, pode entrar com o pedido de indenização por danos morais nos casos de adultério. O pedido é feito com base no Código Civil, se comprovado que a pessoa sofreu com a situação.